Eu sou o Shoker!
Nascido em São Paulo - Brasil, eu sou um tiozinho de 38 anos... que aprendeu cedo o poder da arte, essa por sua vez foi uma ferramenta fundamental para sobrevivencia e a inquieta necessidade de se expressar a atraves da pintura, escultura, literatura e os mais variados estilos de arte. Ah sim, eu já ganhei dezenas de concursos de arte e dizem que sou um Multi Artista Singular!


★★★★★
EU SOU UM MULTI ARTISTA
E eu posso provar:
Shoker - Perfil (perguntas e respostas)
(Nota: Vou falar sobre mim em terceira pessoa; sei que ninguém ligará para isso e gosto de crer que assim é possível ter uma visão de fora de todo o processo);
1- Como foi o início da vida artística?
O gérmen de manifestação artística do Shoker começou durante a fase da pureza, na primeira infância. Mesmo assim, não é possível contar aqui nenhum tipo de história que faça dessas primeiras manifestações artística algo genial e especial na vida de um indíviduo. Esqueça baby Mozart tocando aos 8 anos de idade perante uma plateia de espectadores embasbacados. O primeiro contato com a arte aconteceu, portanto, às custas de uma rígida disciplina imposta na criação, onde Shoker foi obrigado, por exemplo, a ter dois cadernos de caligrafia (o escolar e o particular de casa), mais uma meta de livros e desenhos semanais, tudo fora do cronograma escolar, é claro. Assim, uma das poucas sortes que ele teve foi a de gostar de todo esse processo. A arte foi uma imposição desejável para aquela criança.
De resto, ela foi uma criança como qualquer outra, se baseando nessa média, nessa espécie de mínimo denominador comum que eu chamo de “normal” e você me entende. A diferença é que sua birra e chiliques eram sobre lápis de cor, giz de cera, papéis ou qualquer outro material que tivesse o infortúnio de deixar de comparecer no dia. Geralmente a disciplina do mundo material era administrada pela matriarca local.
Aliás, é possível que deixemos de rodeios e resumamos essa descrição de como fora forjado o artista com uma só frase, que ele às vezes ainda escuta de seu maior mecenas, a mãe. Ela diz: "Eu criei um príncipe e você virou um monstro".
Longe de nós querermos discordar dessa afirmação. Afinal, é nítido que o investimento da nobre senhora em uma criança obcecada pela criação de diversos tipos de manifestações artística tenha dado errado a médio prazo! Mas a trajetória da arte é um processo como aquele que os bichos vivem: é uma constante adaptação e recriação de prerrogativas básicas. O desgosto diário que tira o sono do artista não deixa de ser um tipo de arte.
2- Formação acadêmica?
Aqui começamos a empacar. Num nível formal, a formação começou e parou na escola básica => ensino médio, por onde o infanto-juvenil tem de passar antes de ingressar na faculdade e adquirir a estrutura para a formação do artista. Não foi o caso desse infanto-juvenil.
Shoker é do tempo em que Educação Artística reprovava aluno e a escola pública oferecia excursões para museus e exposições. Durante essa fase e experiência, o garoto começou a perceber que não gostava de artes. De forma alguma, porém, essa falsa epifania atrapalhou seus processos criativos. Pelo contrário. Aos 17 anos ingressou na faculdade, tendo sido obrigado a escolher um curso na época chamado "Desenho Industrial" (atualmente gourmetizado sob o rótulo, “Design de produto”). Digo que ele foi obrigado já que qualquer curso superior ligado de forma direta a um tipo de arte era considerado coisa de vagabundo e desajustado. E ocorre que vagabundo desajustado era, para aquela geração como um todo, a carreira certa a seguir. Aquele era o melhor da festa.
Tudo bem, ele não conseguiu sequer assoprar as velinhas de 18 anos na faculdade. Se na escola básica aprendeu a não gostar de arte, na faculdade ganhou a certeza de que era possível frequentar um templo onde o discípulo aprende a temer os grandes mestres. Realmente os feitos dos grandes artistas não importavam, no máximo estimulava o jovem adulto a ir atrás de suas biografias. Ele gostava mesmo é de saber como se comportavam aqueles indivíduos que deixaram tanta tinta e fumaça de cigarro para trás. Em resumo, sair da faculdade foi uma das poucas escolhas positivas que fez até então.
3- Como é a vida pessoal, sua hora de criação... manias e hábitos e etc ?
A vida pessoal da espécie humana é triste. O desgosto é iminente, a alegria é um teatro. Falta coragem de dizer a verdade o tempo todo. O mundo não é um floquinho de neve fofinho. Nada de novo até aqui.
Mas nosso camarada tem a sorte de possuir grande poder de abstração da realidade, aquela capacidade de produzir e se dedicar a seu principal ofício de 8 a 12 horas por dia, todos os dias do ano. Suas manias e hábitos se moldaram em torno da arte da qual já chegou a não gostar. Fiquem calmos, ele não é do tipo que só sabe falar sobre si ou sobre trabalho (caso contrário não estaríamos conversando sobre ele). Até seus erros e maus hábitos são bem executados! Convidem-no para festas e segredos serão revelados.
Sobre o processo criativo: suas inspirações vêm de qualquer lugar; elas lhe são algo essencial e automático tanto quanto respirar, tanto quanto ficar doente. Alguém lhe ensinou algo valoroso durante a vida: a não deixar o ego se focar, se deixar perder, em momentos específicos, de forma que a criatividade se torne manipulável. Potencialmente, criatividade não é uma faculdade que reage às coisas da vida, mas uma faculdade que cospe coisas no mundo. Ela é a faísca do divino (que, se você acreditasse nele, saberia que criou as coisas do nada), só que no ser humano que já nasceu em um mundo pronto. Os pintores românticos vieram com essa ideia. Em alguma coisa eles tinham que estar certos.
A partir dessa convicção, o jovem artista jamais permitiu sua inspiração não andar de mãos dadas com a palavra trabalho. Uma coisa acompanha a outra. Crise de criatividade é o único espectro que de fato pode assombrar um artista, seu único problema real. O resto sai na urina.
Se você tiver acesso à câmera oculta instalada no quarto de nosso artista, jamais o verá invocando aquela frase mais covarde da história da arte: “Não estou devidamente inspirado, não posso criar nada agora”.
Isso é pura má fé. Foi uma espécie de recurso criado para se afastar de pessoas ou compromissos, mas que acabou pegando.
4- O que o inspirou?
Sua maior inspiração é a nossa espécie. Parece sádico à primeira vista, mas pode servir de consolo para alguns. Quando criamos o primeiro jarro para transportar e armazenar água, esse processo era útil para a evolução conjunta. Quando o primeiro indivíduo sentou e perdeu seu tempo adornando esse jarro com desenhos feitos com um pequeno graveto, isso foi meramente humano. Logo, podemos afirmar sem nenhum receio moral que toda inspiração artística é apenas um capricho pessoal — e é o ato máximo de ser humano.
(Vocês caíram nisso? Essa mania de querer ver algo especial em tudo também é capricho e um ato demasiado humano, o que complica nossa argumentação. Mas tentemos da seguinte forma):
A vida de artista é muito fácil, próspera e cheia de hype feat glamour.
5- Quais são as suas referências?
Já chegamos na vida adulta aqui. Foi o submundo ou underground, se quisermos conceituar esse universo.
Por acaso essa é a pergunta favorita de Shoker, a única que não o faz ter desejo de tecer uma típica teia de mentiras. Essa é uma referência diretamente ligada a experiência prática, a vínculos afetivos com dezenas e centenas de pessoas, locais por onde sua arte veiculou e ganhou espaço. Como todos aqueles envolvidos nesse meio, ele teve de dividir seu cérebro e assimilar a parte positiva, filtrando o veneno servido gratuitamente nas ruas. Foi o contato caótico da combinação do dia a dia na periferia e o que é hoje considerado cultura nerd (rock, videogame, filme, desenho, quadrinhos e todo tipo de distrações maneiras que insistimos criar a décadas) que forjaram suas referências e quem é até este minuto.
E pessoas, uma coisa que ele gosta. Pessoas são referências artísticas pois são parte essencial das experiências cotidianas, do barulho das ruas. O hábito de prestar atenção nelas às vezes isso gera atalhos e evita problemas no processo biológico.
6- Como é seu processo de criação ?
Um momento! estou sendo invadido por uma intensidade criativa neste minuto! Peço que possamos conversar somente depois desse intenso êxtase espiritual de criatividade se esvair, e assim eu voltar a me enquadrar na realidade ordinária cotidiana.
7- Aonde deseja chegar (reconhecimento, fama, ...)?
Se o Papai do chão permitir, Shoker espera não chegar a lugar nenhum. Esse lance de querer ser um campeão em centenas de áreas da vida é algo assustador, não desperta tesão em um monte de gente. Inclusive em nosso protagonista. Claramente ele ainda é humano: já teve lá seus vários caprichos, e colocar o nome da história da arte foi um deles, e foi concebido. A única coisa que almeja agora, de forma ensandecida, é que a arte lhe proporcione uma vida que se assemelhe a férias sem fim.
8- Sonhos ? (ex: Montar uma escola de arte para crianças carente, morar numa mansão... O sonho pode estar vinculado a algum proposito maior).
Sonhar é um ato covarde da nossa espécie. Após realizados, sentiremos em breve o mesmo vazio e tolo desejo por algo novo; jamais sentiremos plenitude nesta vida.
Preferível seria dividir tudo que possa desejar em pequenas metas, de acordo com a mensagem a seguir, um dos aforismos que nosso artista começou a escrever quando tinha uns 25 anos:
"Qualquer pode fazer qualquer coisa. Mas lembre-se que, se o que você faz tem a ver com prazer e sucesso, isso é fruto do acaso, não um fardo. Apenas faça".
9- Principais dificuldades no início e atualmente?
Ser brasileiro é a maior dificuldade às vezes, ó. Nós infelizmente não pavimentamos uma ponte sólida sobre o abismo existente entre o senso comum e a arte. Todos presos à Casa Grande Publicidade, aterrorizados pelo Capitão do Mato Estado. Nossa cultura é ditada por eles, nossa cultura e comportamento. Por isso, pergunte para o artista local se ele pode culpar o vizinho ou qualquer outro indivíduo por não ter sensibilidade ou tempo para entender arte, ou seja lá o que for. Em geral, estamos preocupados em conquistar arroz e pão com manteiga. Portanto, sigamos a tendência atual de que o legal é ser verdadeiro e paladino da anticorrupção; Sobreviver é nosso obrigatório estilo de vida, caminhemos.
10- Desafios ?
Desafios diários. Os principais são:
- Não ser preso.
- Não ter nenhum tipo de overdose.
- Não ter nenhuma criança o chamando de pai e usando seu sobrenome.
11- Alguma curiosidade?
Sou muito curioso, espero ser até meu último dia no jogo da vida. Se acaso minha curiosidade se extinguir com certeza vão acabar lendo uma típica carta de despedida de um suicida bem-sucedido!


Careca Duvidoso:
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